Dólar salta mais de 1% e vai a R$ 4,94 em dia de avanço firme da divisa no exterior

SÃO PAULO (Reuters) – O avanço dos rendimentos dos Treasuries nesta segunda-feira definiu a alta firme do dólar em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde a divisa norte-americana subiu mais de 1% ante o real, com parte dos investidores aproveitando a sessão para realizar lucros antes da bateria de dados desta semana.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9485 na venda, em alta de 1,38%.

Na B3, às 17:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,35%, a R$ 4,9610.

O dólar subiu ante o real durante toda a sessão. Às 9h29, a moeda registrou a cotação mínima de R$ 4,8898 (+0,17%), mas depois disso escalou patamares mais elevados.

Operador ouvido pela Reuters afirmou que o avanço dos rendimentos do título norte-americano de dez anos — uma referência global de investimentos — foi o que definiu a forte alta do dólar no Brasil, em sintonia com os ganhos vistos também no exterior.

Além disso, conforme o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado, parte dos investidores embolsava lucros mais recentes antes da divulgação de dados econômicos importantes no restante da semana.

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“Estamos vendo um pessoal colocando um pouco (do lucro) no bolso, antes da bateria de dados que teremos. Isso é saudável, após semanas de rali”, disse Machado. “Nós também já víamos que o rali parecia carecer de novos gatilhos para o dólar ir mais para baixo.”

Em novembro, o dólar acumulou queda de 2,48% ante o real.

Neste pregão, a divisa à vista marcou a cotação máxima de R$ 4,9545 (+1,50%) às 15h59, para depois encerrar com cotação não muito distante deste patamar.

Na terça-feira, saem nos EUA os dados do PMI de serviços e o relatório JOLTS de empregos, além do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre. Na sexta-feira serão divulgados os números do relatório de empregos payroll nos EUA, cujos números serão checados com lupa pelos investidores.

Na manhã desta segunda-feira, o Banco Central informou que o Brasil teve déficit em transações correntes de 230 milhões de dólares em outubro, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 1,62% do PIB. O resultado veio melhor do que a expectativa do mercado, conforme pesquisa da Reuters com especialistas, que apontava para um saldo negativo de 399 milhões de dólares em outubro.

Também pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de fevereiro.

Às 17:16 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,55%, a 103,690.

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