Investidor tem alta expectativa com fornecimento da WEG ao setor de IA, diz analista

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O otimismo lá fora é maior do que o sentimento no Brasil com relação ao ambiente macro. Mas há preocupação de investidores estrangeiros com algumas ações brasileiras pela exposição ao mercado doméstico e também diante do cenário global.

Lucas Laghi, head de mineração e siderurgia, papel e celulose e bens de capital da XP, participou nesta segunda-feira (24) do Morning Call da XP, e avalia alguns papéis brasileiros a partir de encontro que manteve com investidores internacionais.

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WEG (WEGE3): Crescimento nos EUA

O principal destaque do analista a partir das conversas que manteve com investidores estrangeiros foi sobre a WEG (WEGE3).

“Foi o único papel que teve consenso de visão positiva por parte dos investidores, e muito por conta dessa expectativa de aceleração de crescimento de lucro ancorada, em parte, por essa temática de inteligência artificial”, afirmou.

O head da XP explicou que a inteligência artificial demanda expansão de data center, principalmente nos Estados Unidos, e “a primeira derivada disso seria todo o crescimento de energia que vai precisar para suprir a expansão desses equipamentos”.

Ele destacou que o aumento de demanda de energia exige investimentos em infraestrutura. “Vai precisar, por exemplo, de transformadores, e nos Estados Unidos 80% são importados e 20% são supridos por uma produção doméstico, onde a WEG se encaixa”, ressalta.

WEG tem seis parques fabris nos EUA

Além do fornecimento de transformador, há necessidade também de subestações e equipamentos elétricos em geral. “A WEG pode capturar essa demanda”, afirmou.

Laghi lembrou ainda que em um contexto de câmbio depreciando significativamente nas últimas semanas, a WEG foi uma das empresas mais beneficiadas, com uma dinâmica de commodities que melhorou nos últimos dois meses.

“Para os metais básicos, como cobre e níquel, se recuperando versus patamares mais baixos que estava no começo do ano, isso ajuda a WEG”, destacou.

Vale (VALE3): mercado ainda preocupado com a China

Ele relata que os níveis de valuation da ação da Vale (VALE3) têm sido considerados baratos pelos estrangeiros.

“Mas segue muita preocupação com o setor imobiliário na China, com potenciais riscos de baixa para o minério de ferro”, disse. Ele acrescentou que nessa época do ano há ainda um contexto de aumento de oferta, com mais embarque de minério, trazendo ameaças à tese da Vale.

Sobre o negócio de metais básicos, o qual a mineradora brasileira apresentou no final da semana passada novas estimativas, Laghi contou que o negócio de cobre e níquel representa hoje pouco no Ebitda da companhia. “Mas existe uma expectativa de crescimento muito forte para a frente”, destacou.

Suzano (SUZB3): preocupação com a alavancagem

Outro papel que se discutiu bastante foi a Suzano (SUZB3). “Muita gente querendo entender o deal (negócio) com a International Papel. Mas senti muita preocupação com os riscos de alavancagem que poderiam resultar de uma aquisição de preço alto pelos ativos da International Paper. A gente vê sentimento consensual para a celulose, mas bastante receoso com a potencial aquisição pela Suzano”, disse.

Marcopolo (POMO3) e Randon (RAPT4): risco domésticos

Ainda sobre o setor de bens de capital, ele comentou que Marcopolo (POMO3) e Randon (RAPT4) são os principais papéis expostos à dinâmica macroeconômica local.

“Quando a gente olha para o nível de valuation, esses papéis acabaram sofrendo mais do que outros nomes por causa de todos esses riscos domésticos. A gente viu ali bastante interesse por parte dos investidores entender essa dinâmica de preço dos papéis e se teria oportunidade”, afirmou.

Ele lembrou que tanto a Marcopolo como a Randon fazem parte da carteira de small caps da XP: “gostamos bastante”.

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