Mercado de cerveja e alta da inflação e custos pressionam Ambev em 2025, diz analista

Conteúdo XP

A Ambev (ABEV3) tem expectativa de margens piores no ano que vem. Quem aponta é Leonardo Alencar, head de bebidas da XP, que participou do programa Morning Call da XP nesta quinta (5).

Segundo o analista, o grupo enfrentará algumas situações em 2025 que exigem cautela à ação. A XP reitera recomendação neutra para a Ambev e o preço-alvo agora é de R$ 13,10/ação – antes era de R$ 13,90/ação.

“A Ambev está sem tanto espaço para crescer em volume, o preço subirá com a inflação e o custo vem mais forte. Assim, a expectativa é de margens piores para 2025”, disse.

Ambiente concorrencial

Sobre volume, especificamente no mercado de cerveja, a previsão para o ano que vem é que a Ambev enfrente um ambiente concorrencial maior. ”O Grupo Petrópolis (fabricante da Itaipava) é um player que está voltando ao mercado depois de pedir recuperação judicial (outubro de 2023)”, afirmou. “A Heineken tem uma fábrica nova que vai ligar em 2025 (no 1° semestre na cidade de Passos – MG). Então, ela trará volume para o mercado”, acrescentou.

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“No lado de preço, (a Ambev) vai tentar repassar pelo menos a inflação, mas no lado dos custos houve uma deterioração de cenário com aumento do (preço do) alumínio, e o câmbio acaba sendo um ponto negativo já que ela é uma importadora de commodities. Então, nesse cenário, tem uma pressão de custo que se desenha para 2025”, comentou.

Market share

A Ambev detém mais de 60% no market share no segmento de cervejas. Segundo Leonardo Alencar, ela vem defendendo o seu market share no Brasil e continua repassando o preço da cerveja acima da inflação nas categorias premium e superpremium, que incluem as marcas Brahma Duplo Malte e Budweiser.

Já na categoria mainstream, que envolvem as cervejas Skol, Antarctica e Brahma, os preços às vezes acompanham a inflação ou ficam um pouco abaixo dela, disse o analista. Já no mercado internacional, o head da XP afirmou que a recuperação da Ambev é “lenta”.

Historicamente, a AmBev anuncia pagamento de dividendos extraordinários em dezembro, mas a XP questiona também se nesse momento de incertezas será adequada a distribuição de proventos extras aos acionistas da empresa.

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