O UBS BB atualizou suas previsões cambiais e apontou que o real pode se fortalecer diante do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos e das altas taxas juros no Brasil. O banco indicou um valor justo de R$ 5,40 para final de 2025 e 2026, acima do patamar atual, porém bem abaixo da estimativa anterior de R$ 5,80 para este ano e R$ 5,86 para o próximo, sugerindo um cenário favorável para ativos locais.
Segundo relatório, o cálculo do valor justo considera variáveis estruturais como:
- Conta corrente e passivos externos líquidos como percentual do PIB
- Preços externos de commodities (CRB)
- Cesta de moedas de mercados emergentes
- Diferenciais de taxa de juros nominais domésticas e externas
- Diferenciais de níveis de preços e previsões (IPCA versus CPI dos EUA)
O UBS BB destaca que o afrouxamento monetário em andamento nas principais economias apoia moedas de mercados emergentes, incluindo o real brasileiro. Ao mesmo tempo, a política monetária local permanece restritiva, com flexibilização esperada apenas no final do 1º trimestre ou 2º trimestre de 2026.
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O déficit em conta corrente permanece em torno de US$ 75 e 80 bilhões por ano, ou 3,5% do PIB, acima da média histórica de 2,2%. Isso reflete uma economia que cresceu, em média, 3% entre 2022 e 2024, acima da estimativa de crescimento potencial de 2% e 2,5%. Também está relacionado à taxa de desemprego atual de 5,5% e 6,0%, enquanto o banco estima o NAIRU (taxa de desemprego não aceleradora da inflação) em cerca de 8%.
“Se a desaceleração econômica atual continuar, é razoável esperar que o déficit em conta corrente/PIB se estabilize e volte a níveis próximos da média histórica (2,2%) nos próximos trimestres e em 2026”, diz o relatório.
Por outro lado, analistam pontuam que as eleições de 2026 devem trazer volatilidade para o câmbio, uma vez que os brasileiros escolherão representantes estaduais, governadores, os 513 assentos da Câmara dos Deputados, dois terços dos 81 membros do Senado, além de decidirem sobre a reeleição do presidente Lula.
O UBS BB observa que períodos eleitorais são tipicamente voláteis, conforme indicado pelo seu agregador em tempo real.
Riscos
O UBS BB ressalta que há riscos relacionados a variáveis macroeconômicas, como crescimento do PIB e inflação, desaceleração da atividade, enfraquecimento da moeda, eventos econômicos globais e mudanças na política governamental.
Além dos riscos específicos de setores e empresas, a instituição chama atenção para os desafios inerentes a investimentos em companhias com ativos e operações significativas em mercados emergentes.
Entre os riscos potenciais estão a volatilidade cambial, fatores regulatórios e sociopolíticos, mudanças abruptas no custo de capital e nas perspectivas de crescimento econômico. As avaliações também podem ser impactadas por efeitos de ‘contágio’ vindos de outros mercados emergentes, o que pode afetar de forma significativa o desempenho de empresas e setores.
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