Como foi o dólar em 2025?

Durante o ano de 2025, o dólar comercial apresentou queda de cerca de 14%, em comparação com o real, até a quinta-feira (18). Na primeira sessão do ano, no dia 2 de janeiro, a moeda fechou com queda, a R$ 6,16. Já no fechamento de 18 de dezembro, o dólar encerrou o dia estável, cotado a R$ 5,522 na compra e na venda.

Mesmo que fatores domésticos tenham contribuído para que a divisa brasileira tivesse valorização, a moeda norte-americana passou por queda global neste ano. Em 12 meses, o índice dólar (DXY), que acompanha o desempenho da moeda perante uma cesta de divisas globais, teve queda de quase 9% (8,8% em 18 de dezembro), aos 98,44 pontos, em uma das maiores baixas em ranking global.

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“O principal vetor para o bom desempenho da moeda foi de fato uma desvalorização do dólar globalmente. No entanto, o carrego do real também exerceu influência nesse processo, carrego esse que deve diminuir com o ciclo de corte de juros aqui no Brasil”, afirma Gustavo Rostelato, economista da Armor Capital.

A depreciação global do dólar tem como grande responsável o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para especialistas. Para Tadeu Arantes, head de alocação Ghia Multi Family Office, o movimento esteve associado a uma combinação de fatores, tanto a atuação de Trump como a expectativa de desaceleração da economia americana e a potencial retomada do ciclo de cortes nos juros dos EUA.

“O ano foi marcado por maior incerteza na política econômica americana, incluindo dúvidas sobre a trajetória fiscal e uma política comercial inicialmente mais agressiva. Esse conjunto de fatores aumentou a volatilidade institucional e contribuiu para uma redução marginal da demanda por ativos denominados em dólar, especialmente em um primeiro momento”, afirma.

Arantes afirma que, no caso brasileiro, fatores locais amplificaram a queda pelo elevado diferencial de juros, que sustentou operações de carry trade (operação formada por alocação considerando diferença de juros e câmbio de países diferentes) ao longo do ano.

“Há, sim, fatores domésticos relevantes, especialmente o fato de o Brasil praticar uma taxa de juros extremamente elevada, a segunda maior taxa de juros real do mundo. Esse diferencial torna o país muito atrativo para o capital estrangeiro. Eu destacaria esses dois pontos como os principais responsáveis pelo forte fluxo e pela expressiva entrada de recursos, ao menos até o mês de novembro”, afirma Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos.

A reta final do ano foi de ganhos para o dólar, especialmente desde o dia 5 de dezembro, com o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro desencadeando um desmonte de parte de posições de estrangeiros em ativos locais, movimento que ganhou ainda mais tração após pesquisas mostrarem que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro parece não ter chances de barrar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso fez com que o dólar rondasse o fim do ano a R$ 5,50.

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