O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 15, em palestra em evento promovido pela XP Investimentos, que o “choque fiscal explica parte da depreciação cambial dos emergentes”.
No Brasil, em meio à pandemia do novo coronavírus e das preocupações do mercado financeiro em relação à sustentabilidade fiscal do país, o dólar acumula alta de cerca de 40% ante o real em 2020. Nesta quinta, mais cedo, a moeda americana à vista era negociada a R$ 5,6095.
Na palestra, o presidente do Banco Central repetiu uma série de mensagens dos documentos mais recentes do BC sobre política monetária. Conforme Campos Neto, “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.
“Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, registrou Campos Neto.
O presidente do BC também reafirmou que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado” e que a instituição não tem a “intenção de reduzir o grau de estímulo monetário, a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária”.
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