SÃO PAULO – O ambiente global de alta liquidez ao redor do mundo e novos estímulos econômicos podem destravar boas oportunidades de investimento em ativos emergentes, ainda que o cenário permaneça desafiador. A avaliação é do Bank of America.
Em relatório publicado na semana passada, o time de análise do banco americano escreveu que está “construtivo” com os mercados emergentes, que devem mostrar ainda uma melhora dos déficits fiscais em 2021.
Dada a redução dos prêmios no mercado de títulos públicos e dos menores spreads de crédito, o banco avalia que o câmbio pode ser a classe de ativos mais favorecida nos emergentes, em um ambiente de liquidez global excessiva, principalmente considerando a “Onda Azul” nos Estados Unidos, que pode significar estímulos ainda mais fortes no país.
Entre as principais apostas do BofA nos mercados emergentes está a posição comprada em reais contra peso chileno.
A avaliação é que, no Brasil, há uma melhora dos fundamentos (com retomada econômica e uma agenda de reformas), enquanto, no Chile, o futuro é incerto, diante de estímulos fiscais massivos, uma nova constituição e eleições presidenciais no fim do ano.
Ainda há riscos pela frente
Por mais que veja uma maior atratividade dos ativos de emergentes neste ano, o banco faz algumas ressalvas no relatório com relação aos riscos no horizonte.
Um deles é relacionado ao coronavírus, que segue avançando ao redor do mundo e determinados países, em especial na América Latina, com país com recursos mais limitados para lidar com o aumento de novos casos da doença.
É preciso monitorar ainda, segundo o BofA, os impactos de uma alta da inflação no mundo. Isso porque uma recuperação global mais rápida que a esperada, principalmente nos EUA, pode levar a uma revisão nas expectativas de aumento de preços, impactando o cenário de política monetária do Federal Reserve (o banco central americano) e uma volta do aumento das taxas de juros reais.
Por mais que este não seja o cenário-base do banco, essa mudança poderia ser prejudicial para os emergentes e impactar o câmbio e os crédito do grupo, principalmente de países altamente endividados, como Brasil, Argentina, Turquia, África do Sul e Indonésia.
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