Nem Argentina, muito menos França. Os Jogos Olímpicos mal começaram e os brasileiros já tiveram que enfrentar um algoz um tanto diferente em diversas modalidades de esportes, que impediu que os atletas nacionais tivessem melhores resultados: o Japão.
Desde o segundo dia de competições, o Brasil tem sido “freguês” dos japoneses, ainda que haja exceções e que nem todas levem a um fim de linha definitivo para algumas modalidades nas Olimpíadas. No judô, Hifumi Abe derrotou na final o brasileiro Willian Lima, que ficou com a medalha de prata. No mesmo dia, a seleção brasileira de futebol feminino sofreu uma derrota amarga nos últimos minutos por 2 a 1 para as japonesas, na segunda rodada da fase de grupos. Já no skate, Coco Yoshizawa e Liz Akama estiveram nos lugares mais altos do pódio, enquanto Rayssa Leal ficou com o bronze. Na segunda-feira (29), a seleção brasileira de rugby de sete feminino também perdeu para o Japão, por 39 a 12, enquanto Rafaela Silva foi derrotada por Haruka Funakubo na disputa pelo bronze. Já no surfe, Filipe Toledo se despediu dos Jogos após Reo Inaba levar a melhor (posteriormente, contudo, Gabriel Medina venceu Kanoa Igarashi).
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Na economia, o Japão também tem desafiado o Brasil nos últimos dias, mas através da sua moeda. As últimas movimentações da moeda japonesa, o iene, têm levado a uma variação indireta positiva do dólar frente ao real.
Apesar da queda na última segunda-feira, o dólar acumula ganhos de quase 16% no ano por diversos fatores, mas na última semana a divisa americana avançou cerca de 1%, muito por conta de rumores e sinalizações sobre a reunião de política monetária do Banco do Japão, que ocorre na madrugada da próxima quarta-feira (31).
Nas últimas sessões, o iene tem acumulado ganhos contra as principais moedas em meio a suspeitas de intervenção cambial das autoridades e à especulação de que o Banco do Japão elevará os juros, no que seria a primeira alta em 17 anos.
Um iene valorizado ante o dólar e a possibilidade de diminuição no diferencial de juros entre Japão e Estados Unidos levam investidores a reverterem operações de “carry trade”, quando investidores tomam ativos em locais com juros baixos para rentabilizar em outros com juros mais altos. Isso provoca uma fuga de capitais de emergentes para sustentar essa reversão no mercado japonês.
“Essa valorização do iene tornou as operações de carry trade, que envolvem o empréstimo a baixas taxas de juros no Japão para investir em ativos de países com juros mais altos, menos atrativas. A desmontagem dessas operações têm gerado uma pressão adicional sobre as moedas emergentes, incluindo o real”, explicou ao InfoMoney Leandro Marchioretto, sócio e diretor de câmbio da Alta Vista Investimentos, o que foi um dos fatores para a queda do real na semana passada.
Nesta terça, contudo, o iene se enfraquecia em meio a dúvidas de última hora dos investidores sobre se o Banco do Japão realmente aumentará os juros nesta semana, enquanto outras moedas rondavam a estabilidade com as reuniões do Banco da Inglaterra e do Federal Reserve também no foco.
A reunião do banco central japonês já está em andamento e, nesta manhã, os mercados estão precificando um pouco mais de 50% de chance de um aumento de 10 pontos básicos. Cabe destacar que a grande diferença entre as taxas de juros japonesas e as de outros países normalmente tem prejudicado o iene, que caiu para os menores níveis em 38 anos no início em julho, experimentando posteriormente a recuperação que acabou por abalar o real.
Já na semana passada, o iene chegou a subir para uma máxima de quase três meses de 151,945 por dólar na quinta-feira por conta das especulações de alta das taxas, depois de começar o mês no menor nível em 38 anos, de 161,96 por dólar.
Cabe destacar que, além do BoJ, o mercado de câmbio brasileiro também fica de olho nas reuniões de política monetária do Federal Reserve e do BC brasileiro, também na quarta-feira, além do noticiário fiscal. Porém, em meio às recentes movimentações do iene, o encontro do BC japonês terá um destaque especial.
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