Copom deve manter Selic e projeção de gestores aponta juro em 12,25% ao fim de 2026

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Nesta quarta-feira (17), os comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos vão decidir a taxa básica de juros e gestoras de investimentos ouvidas pela XP são unânimes em apontar manutenção da Selic em 15% no Brasil, e um corte de 0,25 p.p. nos EUA. Por aqui, a novidade aparece na expectativa de longo prazo. As gestoras reduziram a projeção da Selic ao fim de 2026 de 12,6% para 12,25%.

Os dados são da pesquisa pré-Copom, divulgada nesta terça-feira (16) pela XP. O relatório é baseado em uma pesquisa com 25 gestoras que possuem mandatos multimercados macro.

Entre elas, a perspectiva de corte de juros nos EUA mudou a posição que estavam alocadas em moedas. Em setembro, 68% dos gestores estavam comprados em real, contra 41% na pesquisa anterior, o que reforça a continuidade do call de dólar fraco.

Segundo a XP, este movimento reflete tanto a expectativa pelos cortes nos EUA quanto a melhora marginal da perspectiva doméstica. Somente 18% dos gestores mantém visão negativa para a economia local, ante 73% em março, aponta a XP.

Corte de juros nos EUA e o call de dólar fraco

Após a taxa de juro dos EUA atingir o maior nível em duas décadas, entre 5,25% e 5,50%, o Federal Reserve iniciou um ciclo de cortes que levou a taxa aos atuais 4,25% e 4,50%, patamar onde eles estão desde dezembro. É consenso no mercado que haverá corte de juros nos EUA, e é consenso também que este corte será de 0,25 p.p. A questão é sobre quantos cortes virão ainda em 2025.

O relatório Pré-Copom da XP aponta que essa inflexão na trajetória da taxa de juros americana traz implicações relevantes, como a redução do risco global, o fortalecimento do apetite por ativos de maior risco e a mudança na dinâmica do câmbio, beneficiando a curva de juros e as moedas de mercados emergentes, como o real.

Os dados dos EUA que sustentam a análise sobre o corte de juro se referem ao mercado de trabalho, que apresenta perda de fôlego. O payroll de agosto apontou a criação de 22 mil novas vagas de emprego, quando a expectativa era de 75 mil novas vagas. Com menos vagas, haveria menor pressão salarial persistente, abrindo espaço para o FED cortar juros na próxima reunião.

A redução de juros americanos se reflete no câmbio. A pesquisa aponta que 68% dos gestores estão em posição comprada em real, ante 41% na pesquisa anterior.

Fonte: Pesquisa Pré-Copom da XP, de setembro de 2025. Foram consultadas 25 gestoras que possuem mandatos multimercados macro

Posição em Juros

A pesquisa aponta mudança em relação às posições em juros. De acordo com a análise, o movimento mais marcante está em juros nominais. Os gestores passaram a demonstrar maior convicção de que o ciclo de alta terminou e aumentaram a posição aplicada.

Em setembro, 71% deles declararam estar aplicados em juro nominal, um avanço ante 46% em julho e de 17% em janeiro. Este tipo de posição acontece visando a valorização de um ativo com a queda da taxa Selic, e o ganho na venda após essa valorização.

Fonte: Pesquisa Pré-Copom da XP, de setembro de 2025. Foram consultadas 25 gestoras que possuem mandatos multimercados macro

Inflação e PIB

Na análise dos gestores ouvidos pela XP, 2025 deve fechar com inflação menor do que a projetada no início do ano e PIB maior do que o estimado. O movimento reflete a redução das pressões cambiais sobre a economia.

Em janeiro, a projeção para o IPCA era de 5,71%. Após uma leve alta para 5,75% em março, interpretada como ajuste técnico diante das pressões externas, as projeções passaram a se reduzir, indo de 5,56% em maio, 5,35% em junho e 5,07% em julho.

Em setembro, dado mais recente, a projeção é de IPCA em 4,79%, o nível mais baixo desde o início do ano. A projeção ainda está acima da meta de 3%, destaca a XP, mas representa trajetória clara de ancoragem.

Fonte: Pesquisa Pré-Copom da XP, de setembro de 2025. Foram consultadas 25 gestoras que possuem mandatos multimercados macro

Em relação ao PIB, os gestores projetam crescimento de 2,28% para este ano, um pouco abaixo da pesquisa anterior, quando a projeção era de 2,35%. Ainda assim, está acima das projeções de janeiro, quando era estimado em 2,06%. Segundo a análise da XP, o movimento é impulsionado por sinais de maior resiliência da atividade econômica global.

Fonte: Pesquisa Pré-Copom da XP, de setembro de 2025. Foram consultadas 25 gestoras que possuem mandatos multimercados macro

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