SÃO PAULO (Reuters) – O dólar acelerou a alta frente ao real nesta sexta-feira, em sessão sem grandes notícias catalisadoras mas permeada por preocupações recentes sobre a política monetária do Federal Reserve e a saúde econômica da China, em meio ainda a queda nos preços de commodities importantes.
Às 11:51 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,79%, a R$ 4,9914 na venda, e chegou a se aproximar da marca psicológica de 5,00 por dólar nas máximas do dia, rondando a faixa de 4,99.
Na B3, às 11:51 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,57%, a R$ 4,9925.
Segundo Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, essa alta não se trata de um movimento específico do dólar frente ao real, mas sim de uma tendência global desencadeada por preocupações com a economia da China e forte queda do petróleo nesta sessão, prejudicando ativos de países emergentes sensíveis às commodities.
Os contratos futuros do petróleo Brent caíam cerca de 2% nesta sexta-feira.
Além disso, Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, disse que “sinais conservadores recentes por parte dos dirigentes do Fed reforçam a percepção de que o início do ciclo de corte de juros ainda não está próximo”.
Nesta semana, a ata do último encontro de política monetária do Fed mostrou que a maior parte dos membros votantes estava preocupada com os riscos de cortar a taxa básica de juros cedo demais, com ampla incerteza sobre por quanto tempo os custos dos empréstimos deveriam permanecer no patamar atual.
Quanto mais altos os juros em determinado país, mais atraente fica a rentabilidade de seu mercado de renda fixa, o que beneficia sua moeda. No caso dos EUA, o dólar fica ainda mais atraente pelo fato de ser considerado seguro em momentos de turbulência econômica ou geopolítica.
“Por hora temos ainda um colchão para o real, que são nossos juros altos, que firma o patamar de R$ 5,00 como teto. Mas, conforme esse diferencial se ajusta, acredito que teremos um novo preço para o câmbio”, disse Bergallo, da FB.
A taxa Selic está atualmente em 11,25% ao ano, após cinco cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual nos juros pelo Banco Central.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9523 na venda, em alta de 0,28%.
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