O dólar tem baixa frente ao real nesta quarta-feira, após a decisão da agência de classificação de risco Fitch de elevar a nota de crédito soberano do Brasil, embora a expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve à tarde limitasse o bom humor dos mercados.
Às 10h45 (horário de Brasília) desta quarta-feira (26), o dólar comercial caía 0,34%, a R$ 4,734 na compra e na venda.
A Fitch elevou o rating do Brasil a “BB” nesta quarta-feira, contra “BB-” antes, com perspectiva estável, e atribuiu a mudança a um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado.
Essa melhora vem pouco mais de um mês depois que outra agência de classificação de risco, a S&P, mudou sua perspectiva para a nota de crédito do Brasil, atualmente BB-, de “estável” para “positiva”, também citando sinais de maior certeza sobre a estabilidade da política fiscal.
“Essa elevação da nota de crédito de longo prazo da agência Fitch… valida expectativas dos investidores de que o ambiente macroeconômico brasileiro está melhor, está mais favorável aos investimentos do país, e também contribui para o fortalecimento do real”, disse à Reuters Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX.
Por outro lado, Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, disse que “o efeito do rating, embora positivo, foi limitado por conta da reunião do Fed”, notando a queda apenas moderada do dólar frente ao real nesta manhã.
“Acredito que o cenário mais provável é uma retórica ‘hawkish’, fornecendo suporte ao dólar durante a tarde”, acrescentou ele sobre suas expectativas para o tom do comunicado do banco central norte-americano.
Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, aponta que, após a decisão da Fitch e com a S&P melhorando a perspectiva, só falta a Moody’s entre as três principais agências de rating se posicionar – e que esse também deve ser um posicionamento positivo para o Brasil.
“Entendo que a medida favorecerá o fluxo de recursos para cá, porque diversos fundos internacionais têm limitações de aporte por conta da nota de crédito”, avalia Cruz.
Já olhando para o curtíssimo prazo, como a S&P já tinha feito um movimento positivo, a primeira movimentação teve um impacto maior. “Hoje também sendo um dia de decisão de juros nos Estados Unidos isso vai ficar um pouco mais ofuscado, até mesmo em identificar posteriormente o que foi o efeito de decisão da Fitch e o que foi o efeito de decisão de juros nos EUA”, complementa.
O Fed divulgará seu comunicado às 15h (horário de Brasília) e a expectativa é de alta de 0,25 ponto percentual nos juros, o que os levaria ao patamar mais elevado desde a crise financeira global. Mas os operadores do mercado monetário estão divididos sobre os possíveis próximos passos do banco central dos EUA.
No geral, o dólar tende a se beneficiar quando o Fed adota um tom mais duro no combate à inflação, enquanto posicionamentos mais brandos do banco central costumam deixá-lo sob pressão.
(com Reuters)
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