Dólar cai com liquidez e agenda fracas, de olho em alta do petróleo, China e fiscal

O dólar registra queda no mercado de câmbio, em linha com a fraqueza do índice DXY do dólar frente outras moedas rivais e algumas emergentes e ligadas a commodities no exterior. Alta do petróleo impulsiona os ADRs da Petrobras (PETR4) em Nova York e ajuda a tirar força da moeda americana ante o real, além de notícias da China.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve inalterados os juros das LPRs de 1 e 5 anos pelo terceiro mês seguido. As bolsas chinesas subiram nesta segunda-feira, 20, diante de uma melhora do sentimento do consumidor chinês, após sinalizações do governo para que se acelerem projetos de infraestrutura e por promessas de apoio ao setor imobiliário, afirmou Gary Ng, economista sênior da Natixis.

Após semana de alívio na curva de juros, as taxas futuras sobem. A liquidez é reduzida nos mercados com feriado estadual em São Paulo, agenda econômica modesta nesta segunda-feira e preocupações fiscais no radar.

O foco do investidor nesta semana está na apresentação do relatório do projeto de lei (PL) que taxa fundos offshore e fundos exclusivos, que poderá ser apreciado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira, 21, e também do parecer preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que tem previsão de votação na quarta-feira na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

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O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), apresentou uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 para garantir um crescimento de 0,6% dos gastos federais acima da inflação. A proposta do parlamentar determina que esse aumento real das despesas seja mantido mesmo que isso signifique não cumprir a meta fiscal, já que os contingenciamentos (bloqueios preventivos) de recursos teriam de ser menores.

A emenda de Randolfe reflete um entendimento já explicitado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em relação ao arcabouço fiscal. A nova regra para as contas públicas, que entrou em vigor este ano, tem uma banda para o crescimento real das despesas que vai de 0,6% a 2,5%, diferentemente do antigo teto de gastos, que limitava o aumento da despesa primária à variação da inflação.

O Boletim Focus trouxe nesta segunda uma oscilação para baixo na mediana das estimativas para a variação do IPCA do ano que vem, que passou de 3,92% para 3,91%. Há um mês, era de 3,87%. A projeção para 2023 passou de 4,59% para 4,55%. As estimativas do Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3%.

Na Argentina, o dólar opera em baixa leve ante o peso argentino no mercado de divisas emergentes, a US$ 353,59 (-0,11%) por volta das 9h42. O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, afirmou que o primeiro ato que pretende fazer, ao assumir o poder, é buscar uma reforma do Estado e resolver “o problema das Leliqs”, citando a sigla usada no país para as Letras de Liquidez, emitidas pelo Banco Central da República Argentina (BCRA). As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Madri, nesta segunda-feira.

No Chile, o Banco Central do Chile informa que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,6% no terceiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado. Após ajustes sazonais, houve alta de 0,3% ante o segundo trimestre. Com o resultado, a economia chilena supera um quadro de recessão técnica. No primeiro e no segundo trimestres, o país teve recuos de 0,7% e 0,8% em seu PIB, respectivamente, nas comparações com os mesmos intervalos de 2022.

Às 9h43 desta segunda, o dólar à vista caía 0,11%, a R$ 4,9006. O dólar para dezembro recuava 0,18%, a R$ 4,9055.

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