O dólar subia frente ao real nesta quinta-feira, rondando alta de 1%, à medida que investidores retomam posições defensivas no Brasil em meio ao acirramento das preocupações do mercado com o ajuste das contas públicas brasileiras.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 10h25, o dólar comercial subia 1,08%, a R$ 5,542 na compra e R$ 5,543 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 tinha alta de 0,95%, a 5.550 pontos.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,485 na venda, em alta de 1,03%.
Dólar comercial
Compra: R$ 5,542Venda: R$ 5,543
Dólar turismo
Compra: R$ 5,558Venda: R$ 5,738
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O que acontece com o dólar hoje?
Nesta semana, a divisa norte-americana tem acumulado ganhos sobre o real após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira em que questionou o cumprimento do arcabouço fiscal caso existam “coisas mais importantes para fazer”.
As falas do presidente em entrevista à TV Record reacenderam temores do mercado sobre o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal, dias antes da divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do terceiro bimestre, em que o Executivo precisará apontar como pretende cumprir a meta de déficit zero neste ano.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,4850 reais na venda, em alta de 1,03%.
Mais cedo, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que Lula determinou que o governo não deve gastar mais do que arrecada, premissa que, segundo ela, deve se refletir no Orçamento para o próximo ano.
“Nós temos um compromisso com o país, por determinação do presidente e da equipe econômica, de não gastar mais do que arrecada”, disse Tebet em entrevista ao programa “Bom dia, ministra”, do CanalGov.
Os comentários da ministra não pareciam aliviar os investidores.
“Foi uma boa sinalização em termos de falas, mas o mercado fica um pouco cético sobre se isso vai ser efetivamente colocado em prática”, disse Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
“Isso (falas de Tebet) deveria aliviar um pouco a pressão, mas não é algo que estamos vendo agora”, acrescentou.
No cenário externo, os mercados analisavam a decisão de juros do Banco Central Europeu e dados de auxílio-desemprego nos Estados Unidos.
A autoridade monetária da zona do euro decidiu manter sua taxa de depósito inalterada em 3,75%, como esperado por analistas, após um corte de 25 pontos-base na reunião anterior, o que havia iniciado um ciclo de afrouxamento monetário há muito aguardado.
As autoridades do BCE também reiteram seu compromisso com o retorno da inflação na zona do euro a sua meta de 2%, afirmando que os juros permanecerão suficientemente restritivos pelo tempo necessário. Eles não sinalizaram como devem agir nos próximos encontros.
Investidores também digeriam novos dados de auxílio-desemprego dos EUA que vieram acima do esperado, reforçando o argumento de que o mercado de trabalho passa por um processo de moderação.
O Departamento de Trabalho relatou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 20.000 em relação a semana anterior, a 243.000, acima da expectativa de 230.000 de especialistas consultados pela Reuters.
O dado, somado a números de inflação mais benignos no segundo semestre, devem reforçar a expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve em setembro.
Os operadores estão precificando um corte inicial em setembro, com a possibilidade de dois cortes adicionais até o fim do ano. Quanto mais o banco central dos EUA cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.
Apesar dos números, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,22%, a 103,900.
(com Reuters)
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