O índice DXY (também conhecido como “índice dólar”) começou 2025 cotado a cerca de 108 pontos. O índice que mede o valor do dólar americano em relação a uma cesta de moedas estrangeiras, também conhecidos como “moedas de parceiros comerciais dos EUA”. Durante o ano, no entanto, o DXY teve perda de cerca de 12%, muito similar à desvalorização que a moeda americana sofreu em relação ao real.
Mas, o que aconteceu no primeiro ano do governo de Donald Trump, que tomou posse em 20 de janeiro, para que a moeda recuasse de tal forma perante outras, inclusive na comparação com divisas de países emergentes?
Como foi o dólar em 2025?
Em 12 meses, o índice dólar (DXY), que acompanha o desempenho da moeda perante uma cesta de divisas globais, teve queda de quase 9%
O chamado enfraquecimento mais amplo do dólar no cenário internacional foi causado por uma combinação de fatores, de acordo com Tadeu Arantes, head de alocação da Ghia Multi Family Office.
“Do lado macroeconômico, houve a consolidação da expectativa de desaceleração da economia americana, ao mesmo tempo em que o Federal Reserve caminhou para o fim do ciclo de aperto monetário e iniciou a sinalização de cortes de juros. Esse processo reduz o diferencial de juros dos Estados Unidos frente a outras economias e, estruturalmente, tende a ser negativo para o dólar”, explica, elencando também questões políticas que impactaram a divisa.
“Esse conjunto de fatores aumentou a volatilidade institucional e contribuiu para uma redução marginal da demanda por ativos denominados em dólar, especialmente em um primeiro momento”, afirma.
Arante cita também que incertezas sobre trajetória fiscal e política comercial mais agressiva dos EUA impactaram negativamente a moeda. Isso fica mais claro ao analisar o histórico do índice, que teve sua maior queda em abril, quando perdeu 4,55% e chegou a 97 pontos (um dos menores patamares do ano).
“Esse ambiente favoreceu moedas emergentes de forma geral, não apenas o real. O Brasil acabou se beneficiando porque ainda oferece diferencial de juros elevado e possui um mercado líquido, capaz de absorver fluxo estrangeiro quando o apetite a risco aumenta”, diz Cassiana Garcia, planejadora financeira e sócia da The Hill Capital.
Para 2026, a expectativa é de enfraquecimento da moeda ainda, considerado a perspectiva global. Para Bruno Perri, economista-chefe, estrategista de investimentos e sócio-fundador da Forum Investimentos, os fatores que levaram à queda anterior ainda seguirão como norteadores do patamar que a moeda dos EUA deve alcançar.
O economista cita, ainda, que a movimentação não somente tem desvalorizado o dólar, mas também levado à uma substituição parcial e paulatina do dólar como moeda de referência, sobretudo em reservas de bancos centrais.
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