SÃO PAULO (Reuters) – O dólar subiu levemente contra o real nesta terça-feira, mas encerrou o pregão longe das máximas do dia, alcançadas após a divulgação de dados de inflação norte-americanos mais fortes do que o esperado, com as perspectivas de juros domésticos mais altos e redução na tributação das empresas permanecendo no radar dos operadores.
O dólar spot subiu 0,17%, a R$ 5,1824 na venda. Na máxima do dia, o dólar chegou a saltar para R$ 5,2235 alta de 0,96. Na B3, o principal contrato de dólar futuro tinha alta de 0,11%, a R$ 5,189.
A alta veio em linha com o movimento do dólar no exterior, com a divisa norte-americana subindo em relação a pares latino-americanos do real, como peso mexicano, peso chileno e sol peruano
Números do Departamento do Trabalho dos EUA mostraram nesta terça-feira que os preços ao consumidor subiram à maior taxa em 13 anos em junho em meio a restrições de oferta e uma recuperação contínua nos custos de serviços relacionados a viagens.
“Esse era o grande indicador do dia e veio muito acima do esperado; isso, a princípio, assusta um pouco o investidor”, disse à Reuters Rafael Claudino, sócio fundador da HCI Invest, apontando para apostas de que o Federal Reserve reduzirá seus estímulos e elevará os juros mais cedo do esperado.
Segundo analistas, os mercados reagiram positivamente à notícia de que o parecer da reforma do Imposto de Renda, apresentado nesta terça-feira, prevê uma redução na tributação das empresas, embora tenha mantido a taxação de 20% de dividendos, como na proposta original do governo.
Enquanto isso, “nossa taxa de juros também está subindo, e isso pode trazer o dólar para um patamar mais condizente com a realidade”, explicou Claudino.
Em sua última reunião de política monetária, o BC promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, a 4,25%, e indicou que vai anunciar aumento da mesma magnitude, pelo menos, em sua próxima reunião.
Juros mais altos no Brasil elevam a atratividade do mercado de renda fixa local, o que tende a aumentar os ingressos de capital estrangeiro e, consequentemente, impulsionar o real.
Comentando sobre o movimento cambial deste pregão, Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, disse em nota que um fluxo de recursos estrangeiros, atraído pela perspectiva de IPOs de empresas brasileiras, também ajudou o dólar a se afastar das máximas de mais cedo.
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