O dólar comercial iniciou a terça-feira (8) em alta ante o real, acompanhando o movimento verificado no exterior, onde a moeda norte-americana tem ganhos firmes ante as demais divisas de países emergentes ou exportadores de commodities, com investidores no Brasil reagindo também à ata do último encontro do Copom, divulgada mais cedo pelo Banco Central.
Às 9h25 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 0,74%, a R$ 4,930 na compra e R$ 4,931 na venda.
Conforme destaca a Guide Investimentos, ativos de risco abriram a sessão desta terça-feira com viés predominantemente negativo, em ambiente marcado por sinais mais claros de maior aversão ao risco, com queda das bolsas e commodities, alta do dólar e fechamento das taxas nas economias centrais.
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“Dentre os principais catalisadores para o movimento estão a retomada do temor com o setor bancário e uma nova bateria de dados fracos na China, que volta a pesar sobre os preços de commodities”, aponta.
Já com relação aos bancos, enquanto a decisão do governo italiano de taxas ganhos extras de suas instituições financeiras já criava o temor que outros países possam seguir a medida, o aviso da Moody´s sobre o estado delicado dos bancos americanos ao rebaixar novos bancos de pequeno e médio porte no país carimbou a piora de sentimento.
Enquanto isso, na China, a maior queda das exportações desde fevereiro de 2020 e uma redução maior do que a prevista para as importações reviveu preocupações sobre a saúde da segunda maior economia global. A fraqueza que tem sido verificada no ritmo de importações afasta as chances de uma retomada puxada pela demanda doméstica, que tem mostrado sinais de fraqueza ligados a problemas no setor imobiliário e à desaceleração do consumo das famílias.
“Diante deste fluxo de notícias negativo, investidores descarregam risco e buscam proteção em títulos de dívida soberanos nas economias centrais, o que pode ser visto através das quedas das taxas nos EUA, Alemanha, Japão e Reino Unido. O dólar também mostra sinais de força até o momento, com valorização contra seus pares desenvolvidos e grande parte das divisas emergentes”, aponta.
Já no noticiário doméstico, o Copom avaliou em sua reunião realizada entre os dia 1 e 2 de agosto que a evolução do cenário econômico desde o último encontro de junho permitia a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária, apontou a ata. Na reunião da semana passada, o Copom cortou os juros em 0,5 ponto percentual, a 13,25 ao ano.
No entanto, um grupo de diretores defendeu uma redução da taxa de juros mais parcimoniosa por entender que ainda não se observaram alterações relevantes no cenário, enquanto outra parcela do Comitê considerou que a política monetária em patamar significativamente contracionista permitia um início do ciclo já no ritmo moderado.
A minuta diz ainda que avalia ser pouco provável que sejam feitos cortes mais fortes do que 0,5 ponto percentual na Selic à frente, justificando que tal decisão exigiria surpresas positivas substanciais.
(com Reuters)
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