Após ter caído em nove das dez sessões anteriores, o dólar comercial fechou a sexta-feira em alta ante o real no Brasil, com investidores realizando os lucros mais recentes e com as cotações seguindo a tendência mais ampla do exterior, onde a moeda norte-americana também subia ante várias outras divisas.
A divisa americana fechou a sessão cotada a R$ 4,819 na compra e R$ 4,820, com avanço de 0,39%. No acumulado da semana, porém, o dólar cedeu 1,18%. Cabe ressaltar que, na véspera, a divisa havia renovado o seu menor patamar em um ano.
Após ter acumulado queda de 5,32% nas dez sessões anteriores, o dólar se manteve em alta ante o real durante toda a sexta-feira, com parte dos investidores realizando os lucros mais recentes e recompondo posições.
Profissionais ouvidos pela Reuters argumentaram que, após os recuos mais recentes, era natural o dólar voltar a subir, ainda que a tendência mais geral seja de queda.
Além disso, há certa resistência técnica para a moeda norte-americana quando ela se aproxima dos R$ 4,80.
“Um dólar abaixo de R$ 4,80 não seria um valor justo, conforme o nosso modelo. Assim, com a cotação caindo abaixo de R$ 4,81 ou R$ 4,82, a moeda começa a ficar fora do fundamento”, comentou o economista Rafael Pacheco, da Guide Investimentos.
Pacheco lembra que, com a perspectiva de queda da taxa básica Selic no Brasil e de aumento dos juros nos EUA, o diferencial de juros vai diminuir, o que tornará o país menos atrativo aos investidores estrangeiros. Em algum momento, segundo ele, isso vai impactar as cotações.
Além de questões técnicas, o dólar foi impactado nesta sexta-feira no Brasil pelo avanço da divisa também no exterior.
“Nós vimos um dólar um pouco mais forte no Brasil, reflexo de um dólar mais forte no exterior, com o DXI (índice do dólar ante uma cesta de moedas) ganhando força e a moeda ganhando força também ante divisas de outros emergentes”, comentou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.
Izac lembrou que, em sua decisão de política monetária da última quarta-feira, o Federal Reserve sinalizou que poderá elevar os juros nos EUA mais duas vezes até o fim de 2023. E juros mais altos, em tese, significam um dólar mais alto.
No exterior, o dólar seguia registrando ganhos ante várias divisas no fim da tarde.
Às 17:18 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,17%, a 102,310.
No Brasil, pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de agosto.
(com Reuters)
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