O dólar modificou a tendência da manhã desta sexta-feira, 20, e caiu à mínima de R$ 5,0478 (baixa de 0,10%) pouco antes das 11 horas (de Brasília), mas voltou na sequência a oscilar mais perto da estabilidade. Mais cedo, a moeda norte-americana chegou a subir até perto de R$ 5,10, na máxima a R$ 5,0986, alta de 0,91%.
O analista de inteligência de mercado da Stonex, Leonel Mattos, diz que o dólar à vista passa por correção técnica e perdeu força diante da queda do índice DXY do dólar ante seis moedas rivais e dos juros dos Treasuries.
A escalada das tensões entre Israel-Hamas, com possibilidade de invasão por terra de Israel à Faixa de Gaza e o risco de ampliação do conflito na região, somada à rigidez dos juros longos dos Treasuries, embora em queda hoje, atraem investidores para o dólar, comenta.
Também o recuo do minério de ferro de mais de 3% na China, em meio à manutenção dos juros no país apesar da crise persistente no setor imobiliário, contribui para busca de proteção na moeda norte-americana, aponta Mattos.
O analista da Stonex diz ainda que os reajustes de baixa dos preços da gasolina e de alta do diesel pela Petrobras indicam que a estatal está atenta à defasagem do diesel ante os preços internacionais e isso é positivo do ponto de vista do investidor, enquanto a queda da gasolina pode ser absorvida porque o valor da estatal estava aparentemente acima da cotação internacional da commodity.
O mercado se ajusta à queda do dólar frente divisas rivais na esteira do alívio dos juros dos Treasuries, confirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.
Contudo, ele observa que o mercado de câmbio ajustou-se em alta mais forte no começo da sessão, afetado pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mais fraco que o esperado em agosto, à queda do minério de ferro de 3,10% em Dalian na China e à subida pontual mais cedo do T-Bond 30 anos, mas que voltou a cair em uma realinhamento ao recuo da T-Note de dois e dez anos desde cedo.
O alívio nos rendimentos dos Treasuries segue no foco em meio a percepção de que os juros nos EUA podem ser mantidos em novembro, mas há dúvidas sobre os passos seguintes do Fed, acrescentou Velloni. “O IBC-Br abaixo da mediana esperada pelo mercado indica crescimento menor do PIB, desestimula o fluxo de capitais para o País e traz pressão de alta ao dólar.”
Na visão do economista, a manutenção de juros na China hoje pesa ainda no sentimento de risco, porque a expectativa era de queda em razão da crise no setor imobiliário, que continua travando a recuperação da economia chinesa.
Às 10h57, o dólar à vista caía 0,08%, a R$ 5,0488. O dólar para novembro recuava 0,39%, a R$ 5,0560.
Às 11h33, depois de voltar ao terreno positivo e continuar por lá até o horário das 11h30, o dólar à vista apresentava variação levemente negativa de 0,02%, a R$ 5,0520.
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