O dólar subiu 0,45% hoje, a R$ 4,9372, acompanhando a valorização global da moeda americana, em um movimento de correção após as perdas recentes. O fluxo de saída de fim de ano levou o real a um desempenho pior do que outros pares emergentes, apesar do avanço da agenda fiscal no Congresso. Assim, a divisa dos EUA encerrou a semana com ganho de 0,16% em relação à brasileira. No mês, sobe 0,45%.
O ajuste global do dólar após as fortes perdas anotadas desde quarta-feira, com a virada dovish do Federal Reserve (Fed, o BC americano), manteve a moeda americana em alta contra o real durante quase todo o pregão. Ela chegou a tocar pontualmente a mínima de R$ 4,9056 (-0,19%) logo após a abertura, mas logo firmou-se em alta. Na máxima, avançou até R$ 4,9509 (+0,73%).
A variação aqui acompanhou o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra seis pares fortes. No fim da tarde, ele subia 0,58%, aos 102,55 pontos. Outras divisas emergentes e de exportadores de commodities desempenharam melhor que o real, mesmo com perdas modestas do petróleo. O dólar caía contra o rand sul-africano (-0,07%) e subia levemente ante o peso mexicano (+0,06%) no fim da tarde.
O dólar futuro para janeiro subiu aos R$ 4,9390 (+0,44%). O giro financeiro, termômetro do apetite por negócios no mercado de câmbio, foi de US$ 14 milhões.
“O peso mexicano ficou de lado, o dólar caiu contra o rand e, aqui, subiu, mesmo com as agendas andando no Congresso. Isso parece ser a pressão do fluxo de fim de ano, remessas de dividendos de empresas para o exterior”, afirma o head da tesouraria do banco de câmbio Travelex Bank, Marcos Weigt. “Não parece ter outra razão, externa ou interna, para o real desvalorizar tanto hoje.”
Nem o avanço da agenda fiscal no Congresso foi suficiente para apoiar o real. A Câmara aprovou no início da tarde a medida provisória da subvenção do ICMS e rejeitou todas os destaques que tentavam alterar o texto-base da proposta. Agora, a MP vai à análise do Senado. Ela é a principal aposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para turbinar a arrecadação e zerar o déficit primário em 2024.
Também à tarde, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), colocou em pauta a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, que foi aprovada em primeiro turno. O relator da matéria na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), divulgou um novo relatório após negociações para chegar a um texto de acordo com o Senado. Ele diminuiu as exceções no ao excluir cinco setores dos regimes específicos, que têm tratamento tributário diferenciado.
Para o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, parte da alta do dólar hoje ainda pode ser atribuída ao temor fiscal deflagrado ontem pela derrubada do veto presidencial à desoneração da folha de pagamentos. Ele também cita um movimento de realização dos lucros em vários ativos, devido à proximidade do fim do ano, que pode ter ajudado a derrubar o real.
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