O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira (24), aos 98.829 pontos. Na semana, porém, o principal índice da Bolsa brasileira registrou uma queda de 3,09%, impactado, principalmente, pelas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). Na véspera, o índice fechou em forte queda de 2,29%, encerrando a sessão abaixo dos 100 mil pontos pela primeira vez desde julho de 2022.
Assim, o benchamark brasileiro hoje se recuperou parcialmente da queda de ontem, que foi impulsionada pelo tom mais duro do Banco Central brasileiro em sua decisão e pela volta dos ataques do Governo Federal à instituição. O dólar e a curva de juros também se recuperaram.
“Hoje temos o Ibovespa em alta em um movimento de correção após as quedas fortes de ontem. Vimos hoje uma agenda bem esvaziada de notícias e dados. Com isso, o mercado segue aguardando informações sobre o novo arcabouço fiscal. A divulgação do IPCA-15 teve pouco impacto, uma vez que veio muito próximo do que era a expectativa do mercado” comenta Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT Capital.
A curva de juros recuou neste pregão, mas, com toda a polêmica envolvendo o Banco Central, ela teve leve alta na semana. Os DIs para 2024 foram a 13,08%, com menos nove pontos no pregão, mas ante 12,97% na última sexta. As taxas para os contratos de 2027 ficaram em 12,27%, também com menos nove pontos, mas pouco acima dos 12,26% da semana passada. Os DIs para 2031 fecharam a 13,10%, com menos quatro pontos, frente a 13,15% no fechamento do dia 17 de março.
A moeda americana teve queda de 0,75% no dia, também compensando parcialmente a alta da véspera. O dólar começou a semana negociado a 5,2697 e a fechou a R$ 5,250 na compra e a R$ 5,251 na venda, com baixa de 0,3%.
“O câmbio operou sob volatilidade nesta semana, com investidores repercutindo as decisões dos bancos centrais do Brasil e dos EUA e monitorando o andamento da crise bancária internacional, que ganhou novo capítulo por receio de calote agora do Deutsh Bank”, explica Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio.
Nos Estados Unidos, a tendência foi um pouco contaminada pela questão do banco alemão, que sofre após uma alta no custo de seguro dos títulos da instituição contra risco de inadimplência. Isso em meio a preocupações sobre a estabilidade dos bancos europeus persistindo.
No meio da tarde, porém, o clima melhorou após o chanceler da Alemanhã afirmar não ver motivo para preocupações.
“Acho que o mercado em geral não está assustado nem otimista – está simplesmente confuso”, disse à CNBC George Ball, presidente da Sanders Morris Harris. “É uma confusão sem qualquer direção ou convicção”. Ball acrescentou que o Deutsche Bank é “muito sólido financeiramente”, mas pode ser prejudicado se houver uma grande perda.
Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq hoje subiram 0,41%, 0,57% e 0,31%, respectivamente. Na semana, o primeiro subiu 1,18%, o segundo, 1,39% e o terceiro, 1,66%, isso porque o Fed foi menos duro que o esperado e com o sistema bancário recuperou parte da confiança.
“O mercado ainda digere os eventos dos dias anteriores, como os resultados das reuniões do Federal Reserve e do Copom e as críticas duras de diversos membros do governo brasileiro ao comunicado do COPOM. Além disso incorporou novamente o risco bancário de contágio global, agora com receios a respeito da situação real do Deutsche Bank”, destaca Fernando Bento, CEO e sócio da FMB Investimentos.
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