Moedas globais: dólar avança em dia de inflação nos EUA, com alta dos juros dos Treasuries em foco

O dólar se fortaleceu hoje, após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) vir um pouco acima do esperado nos Estados Unidos. Investidores ajustavam posições em suas perspectivas para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Com isso, o euro recuou, em dia de publicação da ata do Banco Central Europeu (BCE), e a libra também caiu, após dado fraco da indústria do Reino Unido.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 149,82 ienes, o euro caía a US$ 1,0531 e a libra tinha baixa a US$ 1,2179. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,74%, a 106,599 pontos.

Na zona do euro, a ata do BCE mostrou que alguns dirigentes preferiam manter juros, na reunião de 14 de setembro. Na ocasião, o banco central elevou juros pela décima vez consecutiva, mas sinalizou uma possível pausa no ciclo de aperto.

Houve, de qualquer modo, uma “maioria sólida” pela alta de 25 pontos-base adotada, diz a ata. Na avaliação do ING, o documento mostra o BCE também preocupado com o crescimento, mas ainda assim o banco holandês não descarta uma alta nos juros ainda neste ano, potencialmente em dezembro.

Hoje, de qualquer modo, o CPI dos EUA esteve em mais destaque, com alta de 0,4% em setembro ante agosto, um pouco acima da alta de 0,3% esperada pela mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast.

O dado impulsionou o dólar. Para a Pimco, o dado deve provocar “alguma ansiedade” nos dirigentes do Fed, e a gestora de ativos vê agora mais chance de uma alta nos juros ainda neste ano pelo BC americano, embora diga que esse é um quadro equilibrado. Ela também comenta que o indicador apoia seu ceticismo sobre a chance de um “pouso suave” na economia americana.

No Reino Unido, a produção industrial caiu 0,7% em agosto ante julho, quando analistas ouvidos pela FactSet previam baixa de 0,2%. O sinal fraco da economia contribuiu para pressionar a libra.

Entre as emergentes, o peso argentino seguia como foco. Hoje, segundo o jornal Ámbito Financiero, houve algum alívio na cotação do dólar no mercado paralelo, o chamado dólar blue, negociado no fim da tarde a 980 pesos, ou seja, novamente abaixo da marca de 1 mil pesos, após recordes históricos batidos nos últimos dias.

Na agenda local, a inflação ao consumidor subiu 12,7% em setembro ante agosto, com alta anual de 138,3%. Após o dado, o BC local elevou juros em 27 pontos porcentuais, a 145%, reportava a imprensa do país, em quadro turbulento antes do primeiro turno eleitoral deste mês. No câmbio oficial, o dólar subia a 350,2047 pesos, no horário mencionado.

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