XP vê desaceleração da economia, mas espera cautela do BC

A XP Investimentos avalia em relatório que 2025 foi marcado por tensões geopolíticas e ruídos políticos em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos. Apesar disso, a economia global mostrou resiliência, embora a casa destaque riscos elevados no horizonte, principalmente ligados à deterioração fiscal nas economias desenvolvidas.

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No Brasil, as atenções permanecem voltadas para os índices de popularidade do presidente Lula, que busca reforçar sua narrativa política e eleitoral.

A atividade econômica doméstica vem perdendo força, em linha com a política monetária mais restritiva. Ainda assim, a XP elevou sua projeção para o PIB de 2025, de 2,1% para 2,3%, após revisões positivas nos resultados da agropecuária no início do ano. Para 2026, a estimativa de crescimento segue em 1,7%.

O relatório aponta que o governo deve cumprir a meta de resultado primário em 2025, mas ainda depende de receitas adicionais para atingir o limite inferior da banda de tolerância em 2026. A dívida pública seguirá em trajetória ascendente, podendo atingir 83,7% do PIB no próximo ano.

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Câmbio e inflação

No câmbio, a XP manteve projeção de R$ 5,30 por dólar no fim de 2025 e de R$ 5,50 ao término de 2026. Nas contas externas, exportações e investimento direto no país devem compensar o aumento das importações e o déficit elevado em renda primária, embora uma reaceleração da demanda doméstica represente risco para o ano que vem.

Com inflação de alimentos e bens industrializados ainda comportada, a XP reduziu sua projeção para o IPCA de 2025 de 4,5% para 4,3%, mantendo a estimativa de 4,2% para 2026.

Copom deve seguir cauteloso

A XP avalia que a combinação de atividade mais fraca e inflação corrente benigna abre espaço para uma política monetária menos contracionista, mas reforça que ainda existem fatores que justificam cautela por parte do Copom. Segundo a casa, medidas fiscais e parafiscais em discussão podem impulsionar a demanda interna, pressionar os preços e ampliar o déficit em conta corrente em 2026. Além disso, o mercado de trabalho permanece apertado e as expectativas de inflação seguem acima da meta.

Diante desse balanço de riscos, a XP considera prudente que o Banco Central espere um pouco mais antes de iniciar o ciclo de cortes de juros, assegurando a continuidade do processo de desinflação. A projeção base é de que a Selic comece a ser reduzida em março, com corte inicial de 0,50 ponto percentual, embora não esteja descartado um movimento antecipado em janeiro.

Incerteza global

A XP adota um tom cauteloso ao avaliar o cenário global para os próximos meses. Para a casa, é improvável que a economia internacional impulsione uma nova rodada de valorização dos ativos de risco. O principal motivo é o quadro fiscal deteriorado nas economias desenvolvidas, que deve restringir a margem para novos estímulos monetários. Mais importante do que os juros de curto prazo, diz a XP, será o comportamento das taxas longas, que tendem a permanecer elevadas diante da necessidade crescente de financiamento nos países centrais.

Além disso, o ambiente político e geopolítico segue marcado por ruídos e volatilidade. As medidas imprevisíveis do presidente Donald Trump aumentam as incertezas e tendem a frear decisões de investimento de longo prazo em diversos setores. No front externo, a guerra na Ucrânia continua sem perspectiva de solução, com efeitos diretos e indiretos sobre a Europa e a China, reforçando o quadro de risco global.

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