O dólar chegou a perder fôlego, após a publicação de indicadores dos Estados Unidos, entre eles o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês). A moeda, porém, confirmou ganhos hoje frente a outras moedas principais, com o iene renovando mínimas em 34 anos, neste caso também com a decisão desta madrugada do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) em foco, com manutenção de juros, em meio a rumores sobre potencial intervenção de Tóquio para conter o quadro no mercado cambial.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 157,90 ienes, o euro recuava a US$ 1,0699 e a libra tinha baixa a US$ 1,2492. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,32%, a 105,938 pontos, mas na comparação semanal teve recuo de 0,20%.
O PCE dos EUA, medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), subiu 0,3% em março ante fevereiro, como previsto por analistas ouvidos pela FactSet, com o núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também exibindo alta de 0,3%, conforme esperado. Na comparação anual, o PCE subiu 2,7% em março, acelerando ante o acréscimo de 2,5% de fevereiro e também acima da alta de 2,6% esperada. O núcleo anual subiu 2,8%, repetindo o resultado do mês anterior, ante projeção de alta de 2,7% dos analistas.
Embora a inflação continuasse a mostrar força, no mercado houve leve ajuste para cima nas chances de relaxamento pelo Fed, e alguns analistas destacaram o fato de que a inflação mais forte recente ocorreu em janeiro, com perspectiva de fôlego adiante. A renda pessoal cresceu 0,5% em março ante fevereiro, como esperado, e os gastos com consumo subiram 0,8%, quando se projetava alta de 0,5%. Após os dados, entre eles o PCE, houve certa perda de impulso no dólar. Mais perto do fim da manhã, foi informada alta nas expectativas de inflação nos EUA, na pesquisa da Universidade de Michigan que também mostrou piora no sentimento do consumidor.
O sinal da moeda, porém, continuou positivo, com algum ganho de força à tarde. Nesse contexto, a divisa americana renovou máximas em 34 anos frente ao iene. Mais cedo, o BoJ manteve os juros, como esperado, e reafirmou que as condições monetárias devem seguir frouxas por enquanto. A Capital Economics acredita que o BC japonês elevará juros em julho.
Na Europa, entre dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) Mario Centeno argumentou que não se deve esperar que a inflação atinja 2% para começar a cortar os juros, ante os efeitos negativos do aperto monetário na atividade. Pesquisa mensal do BCE ainda apontou queda nas expectativas para inflação em 12 meses na zona do euro, de 3,1% em fevereiro a 3,0% em março, na mínima desde dezembro de 2021.
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