SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou em leve alta frente ao real nesta quarta-feira, primeira sessão de setembro, que começou com investidores dando uma pausa para avaliar um cenário que ainda contempla os mesmos fatores de risco dos últimos dias –situação fiscal/política interna e chance de corte de estímulos nos EUA.
O dólar à vista subiu 0,20%, a 5,1826 reais na venda. Ao longo da jornada, variou entre 5,1904 reais (+0,35%) e 5,1424 reais (-0,58%).
A moeda vinha de sete quedas em oito sessões, período no qual recuou 4,62%.
O mercado reagiu de forma limitada aos números do PIB brasileiro do segundo trimestre, que mostrou contração numérica ante o trimestre imediatamente anterior, mas o risco é que nos próximos dias as revisões de baixa nas estimativas econômicas ganhem força e afetem a atratividade do real como ativo para investimento.
Nesta quarta, o Credit Suisse baixou os prognósticos para o PIB deste ano e do próximo.
No curtíssimo prazo, operadores vão monitorar os dados de auxílio-desemprego norte-americano, na quinta, e números do relatório mensal de empregos nos EUA, na sexta.
Nesta quarta, dados do mercado de trabalho privado nos Estados Unidos vieram bem mais fracos que o esperado e derrubaram o dólar no exterior a mínimas em várias semanas. O mercado avalia que uma nova leva de indicadores aquém do esperado deve fortalecer visões de que os EUA manterão em curso estímulos monetários de bilhões de dólares até o fim do ano, o que evitaria redução de liquidez e limitaria qualquer alta do dólar.
Aqui, a moeda está em uma zona de suportes que precisariam ser rompidos antes de novas quedas, especialmente após a série recente de perdas.
Na véspera, o dólar futuro de primeiro vencimento se aproximou de um nível (5,1375 reais) em torno de 61,8% (cerca de 5,12 reais) da alta entre a mínima de junho e a máxima de agosto, pela Retração de Fibonacci. Uma queda abaixo desse patamar poderia acionar ordens automáticas de vendas que abririam caminho para o dólar futuro descer à mínima de julho, perto de 5,04 reais.
“O dólar fracassou na tentativa de superar as máximas de maio”, disse em relatório Karen Jones, do time de análise técnica no Commerzbank.
“Uma queda abaixo da taxa de 5,0408 reais do fim de julho colocaria a mínima de junho de 4,8932 reais de volta à mesa”, completou.
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