Dólar engata sétimo pregão de queda e chega a R$ 5,04 em meio à disparada do petróleo

O dólar caía pelo sétimo pregão consecutivo frente ao real nesta segunda-feira (3), acompanhando a desvalorização da divisa no exterior em meio à disparada nos preços do petróleo, enquanto investidores monitoravam reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Às 11h35 (horário de Brasília), o dólar comercial caía 0,32%, a R$ 5,052 na compra e R$ 5,053 na venda. Na mínima do dia, a divisa americana chegou a R$ 5,042.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0698 na venda, queda de 0,55%. Nas últimas seis sessões completas, a moeda norte-americana acumulou baixa de 4,16%, na maior sequência de perdas desde os oito pregões findos em 25 de março de 2022.

Os contratos futuros do petróleo disparavam nesta manhã, depois que a Arábia Saudita e outros produtores da Opep+ anunciaram novos cortes na produção em mais de 1 milhão de barris por dia, ameaçando um aumento imediato nos preços.

De um lado, isso beneficiava moedas sensíveis às commodities, como o real, mas também renovava temores sobre a persistência da inflação nas principais economias, o que poderia eventualmente fortalecer o dólar ao levar a mais altas de juros nos Estados Unidos.

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Nesta manhã, o índice que mede a divisa norte-americana contra uma cesta de pares fortes cedia 0,50%, enquanto peso mexicano e dólar australiano, sensíveis aos preços do petróleo, registravam ganhos.

Agora, investidores ficam à espera de um importante relatório de emprego norte-americano a ser publicado na sexta-feira, quando os mercados brasileiros estarão fechados por feriado. “Os números poderão reafirmar o cenário mais resiliente de atividade neste começo de ano, desafiando a trajetória de desaceleração da inflação ao consumidor” nos EUA, disse equipe do Bradesco em nota.

Enquanto isso, no Brasil, a agenda de Haddad prevê reunião com Campos Neto a partir das 17h, no ministério da Fazenda, com presença do secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo, e de diretores do BC.

A reunião vem depois de na quinta-feira passada o governo ter apresentado sua proposta para as contas públicas, que sugere uma trava para impedir que os gastos federais cresçam mais do que a arrecadação, mas conta também com um limite mínimo para a evolução das despesas, que crescerão sempre acima da inflação. Num geral, o mercado financeiro reagiu de forma benigna ao plano.

Após a apresentação do arcabouço fiscal, o real tem sido “apoiado pelo enfraquecimento dos prêmios de risco local e acreditamos que se manterá atrativo por conta dos altos níveis de taxa de juros” domésticos, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que torna o real atraente para uso em estratégias de “carry trade”. Estas consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desse dinheiro em praça mais rentável, de forma que o investidor lucra com o diferencial de taxas.

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