O dólar acelerou a alta frente ao real nesta quinta-feira (31), acompanhando a força da divisa norte-americana no exterior após dados de inflação ainda fortes dos Estados Unidos, em sessão mais influenciada por fatores técnicos por ser a última do mês. Às 12h25 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 1,5%, a R$ 4,942 na compra e na venda.
O noticiário doméstico segue no radar, com atenção ao Orçamento de 2024 e em meio à preocupação de que o país não consiga diminuir o déficit público por conta de dificuldades na arrecadação federal.
Já no exterior, os gastos dos consumidores dos Estados Unidos aumentaram em julho, enquanto a inflação medida pelo índice de preços PCE ficou em 0,2% no mês passado, repetindo a taxa mensal vista em junho. Nos 12 meses até julho, o PCE aumentou 3,3%, depois de avançar 3,0% em junho.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços PCE aumentou 0,2%, depois de subir pela mesma margem no mês anterior. O chamado núcleo do índice de preços aumentou 4,2% em termos anuais em julho, depois de ter subido 4,1% em junho.
Apesar da leve aceleração dos dados na base anual, o diretor de operações da FB Capital, Fernando Bergallo, explicou que a leitura de inflação dos EUA ainda veio em linha com o esperado. Ele mantém visão de que “os juros por lá não devem subir mais”, ressaltando que a aposta de um “pouso suave” da economia norte-americana está ganhando terreno entre os analistas.
Juros mais altos nos EUA tendem a impulsionar o dólar ao tornar os retornos do mercado de renda fixa norte-americano mais atraentes, enquanto a perspectiva de uma postura monetária mais branda por lá costuma beneficiar moedas rivais do dólar, principalmente as de países com taxas mais altas, que oferecem maior rentabilidade.
Para Bergallo, a forte alta do dólar neste pregão estava mais relacionada à disputa antes do fechamento da Ptax do fim de mês.
“Eu creditaria essa volatilidade de hoje essencialmente à busca por proteção nessa nítida disputa técnica em torno da Ptax mensal de agosto”, afirmou Bergallo. “Dá para notar um aumento de rolagens de contratos cambiais, distorcendo um pouco a liquidez… E não descarto nova reviravolta e alternância de sinal à tarde.”
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.
José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos, destacou seguir alerta para a forte agenda dos EUA até 20 de setembro, dia da reunião do Fomc.
(com Reuters)
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