Dólar sobe cerca de 1% no primeiro pregão de agosto com piora do sentimento global e espera por Copom

O dólar subia acentuadamente frente ao real nesta terça-feira, primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, enquanto, no exterior, investidores reagiam negativamente a dados de atividade da China e da Europa, ainda no aguardo de leituras econômicas dos Estados Unidos.

Às 10h24 (horário de Brasília), o dólar comercial avançava 1,05%, a R$ 4,779 na compra e na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,96%, a R$ 4,7975.

“O receio com a desaceleração econômica na segunda maior economia do mundo se sobrepôs à iniciativa do governo, que sinaliza mais estímulos à atividade no país”, disse a Guide Investimentos em nota a clientes, destacando queda das bolsas, desvalorização de commodities e um dólar mais forte nesta manhã.

Além disso, afirmou a Guide, dados fracos sobre a atividade industrial na zona do euro também minavam o otimismo dos investidores com as perspectivas econômicas globais.

“Em consonância ao movimento das bolsas, o maior ceticismo também se observa com o dólar se fortalecendo ante outras moedas principais, ampliando ganhos de ontem, e os contratos futuros do petróleo operando em baixa, após encerrarem julho com o maior ganho mensal em mais de um ano”, apontou a Ágora em comentário.

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O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes avançava 0,5% no dia, conforme investidores também aguardavam dados de Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA, bem como um relatório de empregos norte-americano de sexta-feira.

As leituras econômicas podem oferecer mais pistas sobre os próximos passos do Fed, que na semana passada elevou os juros em 0,25 ponto percentual e não deixou claro se isso marcou o fim do ciclo de aperto monetário.

No Brasil, o Copom inicia sua reunião para deliberar sobre a taxa básica de juros Selic, com ampla expectativas de que inicie o afrouxamento monetário. Na curva de juros, subiram as apostas de que o BC cortará a taxa básica Selic, hoje em 13,75% ao ano, em 0,50 ponto percentual, mas economistas consultados pela Reuters projetavam redução mais branda, de 0,25 ponto.

O nível atual dos juros é apontado como um apoio para o real ao torná-lo mais atraente para estratégias de “carry trade”, que buscam lucrar com diferenciais de custos de empréstimo entre economias. No entanto, alguns participantes do mercado argumentam que, mesmo após o início do afrouxamento da política monetária do BC, a Selic seguirá em nível restritivo, dando suporte à moeda brasileira, ao mesmo tempo que prevalece uma visão mais otimista sobre a conjuntura doméstica.

Enquanto isso, após um período de chamado recesso branco, o Congresso retorna com Orçamento e CPI mista que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro no foco, enquanto prosseguem as negociações sobre a maior participação do centrão no Executivo.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,7291 na venda, com leve baixa de 0,05%.

(com Reuters)

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