SÃO PAULO (Reuters) – O dólar zerou as perdas de mais cedo para operar em alta e nas máximas da sessão, acima de 5,20 reais, enquanto os juros disparavam em dia de grande demanda por proteção diante do persistente desconforto fiscal e do clima político doméstico cada vez mais beligerante.
O dólar à vista subia 0,55%, a 5,2174 reais, depois de cair 1,51%, a 5,1108 reais na mínima da sessão desta quinta-feira. Os DIs de médio e longo prazo subiam até 32 pontos-base, abandonando a estabilidade de mais cedo.
Depois da reação inicial positiva ao tom mais firme do Copom, que na noite da véspera acelerou o ritmo de alta dos juros, o mercado sucumbia aos receios fiscais que vêm dominando as atenções há uma semana.
Notícias sobre um novo Refis que permitiria que a perda de receita com o programa não precisasse ser compensada se somaram a um ambiente fiscal que ficou mais incerto nos últimos dias, em meio a recorrentes temores de descumprimento do teto de gastos e de pressões por despesas conforme o país caminha para o ano eleitoral de 2022.
Não bastasse isso, o clima político acirrado piorava a sensação de instabilidade. O presidente Jair Bolsonaro subiu o tom nos ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes e disse que “a hora dele vai chegar”. Na quarta-feira, Moraes acolheu notícia-crime encaminhada pelo TSE e determinou a inclusão de Bolsonaro no inquérito que investiga o financiamento e a disseminação de notícias falsas por grupos ligados ao presidente.
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