O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança, nesta segunda-feira (26), o Programa de Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial − o Eco Invest Brasil, que tem como objetivo reduzir o risco cambial (uma das maiores preocupações de investidores internacionais) e atrair recursos para uma agenda socioambiental e ligada à mitigação das mudanças do clima.
O anúncio do programa foi feito no escritório do Ministério da Fazenda em São Paulo, e contou com as presenças da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede Sustentabilidade), do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), por ter sido diagnosticado com Covid-19, não pôde participar.
No evento, representantes do ministério apresentaram a plataforma de soluções financeiras desenvolvida pelo governo federal em parceria com o BID, que deve dialogar com o Plano de Transformação Ecológica. A ideia é que a iniciativa viabilize operações no mercado de capitais para empresas e investidores sediados no Brasil captarem recursos fora do país a custos competitivos. O Eco Invest Brasil deverá apoiar o desenvolvimento, a liquidez e a eficiência do mercado brasileiro de proteção de longo prazo em moeda estrangeira no país.
Acompanhe o anúncio ao vivo pelo vídeo abaixo:
Segundo a equipe econômica, a nova plataforma tem o potencial de mobilizar coberturas de até US$ 3,4 bilhões – cifra que ainda pode crescer ao longo do tempo.
A ideia é que o instrumento minimize os impactos de movimentos inesperados na taxa de câmbio, desencadeados por eventos econômicos extremos, sobre a decisão do investidor estrangeiro. Com menos volatilidade de curto prazo, a expectativa é que o país atraia mais recursos internacionais.
Um dos pilares do Plano de Transformação Ecológica é a mobilização de investimento estrangeiro direto, principalmente de longo prazo, e um dos entraves históricos em economias emergentes e em desenvolvimento é o risco cambial associado aos investimentos e fluxos financeiros internacionais, conforme reconhece o próprio Ministério da Fazenda.
Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da GloboNews, na semana passada, o ministro Fernando Haddad (PT), disse que o mecanismo não tem nenhuma relação com qualquer intervenção no câmbio e reiterou que o objetivo é dar mais segurança para o investidor de fora do país.
“Vai ser bem vista a ideia de que nós vamos alongar o horizonte para que o investidor visualize o cenário da taxa de câmbio e tenha segurança em investir no Brasil”, afirmou o ministro na ocasião.
O governo federal deverá editar uma medida provisória para criar o programa, com a previsão de instrumentos para viabilizar a oferta de linhas de crédito para projetos relacionadas à agenda ambiental por meio da oferta de hedge cambial.
De acordo com o Ministério da Fazenda, a plataforma terá 3 dimensões: swaps totais, linhas de créditos para liquidez de investimentos em moeda estrangeira em caso de eventos de desvalorização cambial e mecanismos de cobertura de “riscos de cauda” para desvalorizações extremas.
A plataforma estará disponível para investimentos de adaptação e mitigação ambiental, como reflorestamento, infraestrutura resiliente a tempestade em cidades, transição energética, hidrogênio verde ou agricultura de baixo carbono.
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