As Olimpíadas de Paris começam só no fim de julho. Até lá, no entanto, mais acontecimentos devem impactar a trajetória do euro. A moeda do bloco europeu tem sido fortemente influenciada pela inflação e pelas políticas de juros do Banco Central Europeu (BCE).
Além disso, tensões geopolíticas resultantes da guerra na Ucrânia impactaram a estabilidade econômica na região, de acordo com Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank. As movimentações na trajetória de juros, no entanto, deverão atrair atenção e impactar o futuro da moeda.
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“As decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do BCE são cruciais, pois qualquer ajuste nas taxas de juros pode afetar o fluxo de capitais e, consequentemente, o valor das moedas. Além disso, dados econômicos importantes, como o índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA e o Produto Interno Bruto (PIB) na Zona do Euro, serão monitorados de perto”, explica.
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Duplo impacto no euro
Até então, o euro tem sido impactado por dois efeitos considerados distintos e em direções opostas, explica Matheus Pizzani, economista da CM Capital. O primeiro é a normalização dos efeitos de questões geopolíticas.
“Este movimento tem proporcionado maior estabilidade para o euro, permitindo na margem uma leve recuperação de sua performance frente ao dólar”, comenta.
O segundo fator, que tem levado a moeda a flutuar, têm sido as interpretações do mercado sobre a condução da política de juros nos Estados Unidos (EUA). O economista destaca, no entanto, que a moeda apresenta nível de flutuação “significativamente diminuto” frente ao caso de mercados emergentes.
Ainda, as perdas da moeda não foram tão agudas em função do baixo nível de atividade econômica local.
Eleições parlamentares na França e no Reino Unido
Além disso, as eleições parlamentares atualmente em curso devem mexer significativamente com o euro. No domingo, 30, eleitores foram às urnas na França. O partido de extrema-direita francês Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, liderou o primeiro turno das eleições parlamentares com cerca de 34% dos votos.
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“Se o resultado eleitoral gerar incertezas sobre a futura política econômica ou desencadear conflitos políticos, o mercado pode reagir negativamente, levando a uma desvalorização da moeda. Por outro lado, eleições que reforçam uma direção política estável e favorável ao mercado tendem a fortalecer a moeda local”, comenta Bazzo.
A reação positiva tanto na moeda nesta segunda-feira quanto da bolsa francesa, de acordo com Felipe Martins Passero, CFA e sócio da InvestSmartXP, reflete otimismo com a falta de margem ampla na vitória do partido de Le Pen.
“O partido se opõe a algumas medidas de austeridade tomadas pelo presidente Emmanuel Macron, o que poderia levar a um orçamento mais deficitário na segunda maior economia da zona do Euro”, destaca.
Uma vitória mais contundente no segundo turno nas eleições poderia enfraquecer a moeda, segundo o especialista.
O que esperar do euro em julho?
As expectativas para a moeda estão diretamente ligadas às movimentações que o BCE fará na reunião deste mês. Embora o ciclo de queda de juros tenha se iniciado em junho, não houve nenhuma indicação de continuidade do processo na reunião.
“Isto pode fazer com que a moeda caminhe de forma lateralizada até o anúncio propriamente dito, com uma nova redução de juros podendo reverter o processo de valorização do euro frente ao dólar, que vinha ocorrendo, ainda que de maneira bem tímida, desde o início do ano”, afirma o economista.
As eleições também podem trazer mais turbulências pontuais para a moeda, embora este seja um movimento de mais difícil projeção, segundo Pizzani.
Por fim, e tão importante quanto os fatores econômicos, estão as Olimpíadas de Paris, que ajudam a aumentar a demanda pela moeda europeia.
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