Buenos Aires, a capital da Argentina, caiu no gosto dos brasileiros, que surfam na depreciação da moeda do país para experimentar alguns “dias de rico” regados a tango, bons vinhos e passeios por cenários parasidíacos.
Segundo dados da CVC, Buenos Aires foi o destino internacional mais reservado entre os seus clientes no feriado de 7 de setembro e segue na liderança para o feriado de 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil para os católicos).
Já a plataforma de preços de passagens aéreas KAYAK mostra que o volume de buscas por Buenos Aires para o próximo feriado foi o terceiro maior no ranking geral (incluindo destinos nacionais e internacionais), perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro, mas ultrapassando campeões de popularidade, como Salvador e Recife.
O destino é famoso pelas belas paisagens e passeios nas temperaturas mais frias, mas visitar a cidade nos próximos meses, durante a primavera e o verão, está longe de ser uma má escolha. É o que conta Brunna Brok, diretora da agência de turismo Aguiar Buenos Aires.
“A primavera é considerada por muitos turistas e moradores como uma das melhores épocas para estar em Buenos Aires. A temperatura é mais amena, sendo ideal para caminhar pela cidade a qualquer hora do dia. Sem contar nas árvores floridas que embelezam ainda mais a paisagem. Já no verão, principalmente em janeiro e fevereiro, as temperaturas são mais altas, podendo haver dias de extremo calor. Mas existem diversas atividades para aproveitar esse período, como passeios de barco, eventos ao ar livre, parques, praças e jardins espalhados por toda a capital portenha e, claro, shows de tango, que são imperdíveis e combinam com qualquer clima. O sorvete argentino, considerado um dos melhores do mundo, é imperdível!”, enumera.
Confira, a seguir, as principais dicas para visitar Buenos Aires.
Preços
Para economizar, a comercializadora de turismo Decolar indica a compra de pacotes de viagem que incluem passagem aérea e hospedagem, para quem está interessado em visitar a capital da Argentina. “Comprando pacotes de viagem, o cliente pode economizar até 35% em relação à compra dos produtos individualmente e ainda pode montar do seu jeito, entre as opções de voo, hotel e demais produtos e serviços”, diz Daniela Araujo, diretora de Produtos Não Aéreos da Decolar.
Para exemplificar, a plataforma buscou nesta semana preços de pacotes para duas pessoas para quatro noites em Buenos Aires com café da manhã com hospedagem próxima ao centro da cidade e em hotéis classificados com 4 estrelas. A busca concentrou em passagens aéreas partindo de São Paulo (ida e volta), nos dois feriados de novembro e em quatro dias de dezembro. Veja abaixo:
13 a 17 de dezembro de 2023Aéreo partindo de São Paulo (ida e volta) + hospedagem (4 noites)a partir de R$ 2.172a partir de R$ 4.344
Câmbio
A Argentina atravessa grave crise econômica, que faz sua moeda derreter frente à referência global, o dólar – e também frente ao real. Por isso, há nove taxas de câmbio oficiais no país (entre dólar e peso argentino), que têm por objetivo manter as comercializações viáveis – como o Blue Chip, um câmbio flutuante destinado à compra e à venda de ações na Bolsa argentina -, além do câmbio paralelo.
“Este é um momento muito bom para o turista brasileiro na Argentina. Como a moeda local está bastante desvalorizada, muitas atividades mais luxuosas – como visitar alguns dos melhores restaurantes e bares da América Latina – estão mais acessíveis se comparado a outras épocas”, explica Brunna Brok.
Entre os turistas, há dois principais câmbios que são utilizados: o oficial e o paralelo – que opera no mercado ilegal, já que não é regulamentado ou fiscalizado pelo Banco Central do país.
“Sobre levar dólar ou real, depende bastante da época. Como o mercado cambiário é muito flutuante, o ideal é avaliar no período próximo da viagem. Atualmente recomendamos que levem reais para não ter que realizar outras trocas, já que a moeda brasileira está bastante valorizada”, explica Brunna Brok.
A título de ilustração: no início de agosto, a Bloomberg noticiou que a taxa de câmbio no mercado paralelo havia atingindo um recorde de desvalorização: um dólar comprava quase 600 pesos argentinos – enquanto que, no mercado oficial, um dólar equivalia a pouco menos de 300 pesos argentinos. Desde então, a moeda argentina desvalorizou ainda mais. Hoje, a cotação oficial mostrava que um dólar (perto de R$ 5) comprava 350 pesos argentinos.
Vale lembrar que esses valores não são absolutos, pois o câmbio no país é volátil e, na hora de trocar o dinheiro, há ainda as taxas da casa de câmbio a serem pagas.
Compras no cartão também podem ser feitas na Argentina. Para esse tipo de transação, é utilizado o dólar MEP. Essa modalidade de cotação é mais baixa que a oficial, o que significa que com US$ 1 dólar (equivalente a R$ 5 na cotação de hoje), nessa nova cotação, é possível obter mais pesos argentinos.
Dicas de bairros
O bairro Recoleta é um local imperdível, na avaliação de Brunna Brok. “Além de ser um dos mais lindos e seguros da cidade e localizado ao lado da região central, sendo de fácil acesso para os demais bairros turísticos da cidade, além de estar repleto de atrativos e possuir uma excelente oferta gastronômica”, diz.
Na região central, chamada de Microcentro, existe uma vasta opção gastronômica. É uma região próxima de outros bairros, como San Telmo, Retiro, a própia Recoleta e Puerto Madero. “Caso o turista se hospede nesta região, recomendamos escolher hotéis que estejam nas principais avenidas, como Av. Corrientes, Av. 9 de Julio, Avenida de Mayo, Av. Córdoba, Diagonal Norte e Av. Callao”, complementa.
Palermo é o maior da cidade; San Telmo é o mais boêmio, onde ocorre todo domingo a famosa Feira de San Telmo; e o Puerto Madero é moderno.
Lazer
Para além das vantagens financeiras, Buenos Aires permite que o turista tenha acesso abundante e gratuito à cultura local, em bares, livrarias, parques e praças. “É um destino para todo perfil de viajante, sem dúvidas”, diz Brok.
Além disso, o idioma é outro ponto positivo – já que há uma proximidade grande entre português e espanhol, apesar de serem línguas distintas.
Restaurantes
“Buenos Aires oferece uma variedade gastronômica para todos os gostos e bolsos. Diversos restaurantes já estiveram entre os melhores da América Latina”, explica Brunna Brok.
Para orçamentos maiores, a indicação é a Parrilla Don Julio, que foi eleita o melhor restaurante de carnes do mundo em junho – e ficou em segundo lugar no ranking em 2021 e 2022. “O preço é mais alto que a maioria das parrillas da cidade, mas é muito elogiado por todos que frequentam”.
Já para aqueles que buscam uma opção mais em conta, a casa de parrilla Las Cabras é uma boa pedida. “Ela conta com variados cortes de carne e pratos portenhos. O destaque é a relação preço/qualidade. O ambiente é rústico e acolhedor. Possui também um pátio aberto, excelente para desfrutar no verão ou meia estação”.
Ambas ficam situadas no bairro Palermo.
Passeios
Ainda que pareça clichê, Brunna Brok garante que um show de tango é imperdível para quem vai à Buenos Aires. “Além de um belíssimo espetáculo da dança mais tradicional da Argentina, é possível conhecer a excelente gastronomia e os bons vinhos do país nesses espetáculos”, diz.
Para visitas próximas, a navegação pelo Delta Tigre é umas das recomendações. Fica a poucos minutos de Buenos Aires e tem como atrativo principal um lindo passeio de barco na cidade, além de um enorme mercado de artesanatos e produtos locais bem interessantes.
A aldeia medieval Campanopolis, também próxima da capital, é passeio ideal para as famílias. “São 200 hectares com castelos, casas de pedra, bosques, lagos e muita história”, explica.
Mobilidade
Segundo Brok, o transporte público de Buenos Aires é prático e barato. Para usá-lo é obrigatório o uso do cartão Sube, que é adquirido nos chamados kioscos, lojinhas de conveniência espalhadas pela cidade e nas estações de metrô. Ele é usado nos ônibus, trens e metrôs da capital argentina.
O metrô é a maneira mais rápida e barata de se locomover. São 6 linhas conectadas a grandes avenidas, suficientes para atender as demandas dos turistas. É possível consultar o mapa facilmente na internet e também nas estações.
Os ônibus atendem a cidade toda, com vasta quantidade de linhas, e tem horário de funcionamento maior que metrô e trens. “Comparado aos padrões brasileiros, a tarifa de ônibus é muito mais barata”, afirma.
Táxis e aplicativos de mobilidade também são considerados acessíveis pela especialista, sobretudo, para quem viaja em mais de uma pessoa, além de serem a opção mais segura para os trajetos noturnos. Os aplicativos utilizados na cidade são: Uber, Didi (equivalente ao 99 no Brasil) e o Cabify.
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